REVISTA DIGITAL

Guanambi . Bahia .
Você está aqui: Capa » Destaques » Nem trio, nem bloco, nem gente: Guanambi para no carnaval

Nem trio, nem bloco, nem gente: Guanambi para no carnaval

guanambi carnaval

No Domingo de Carnaval, no Centro Comercial de Guanambi: nenhuma pessoa nas ruas

Por: João Martins

Dos 84 mil habitantes que o IBGE contou em Guanambi, certamente não deve ter ficado a metade durante os longos cinco dias de Carnaval (de sábado até quarta-feira). As ruas ficaram desertas, o comércio fechado – com exceção de alguns poucos botecos, uns dois mercadinhos e farmácias. Ruim para muitos, bom para quem abriu as portas. “Eu estou achando é bom, porque estou vendendo mais”, disse o comerciante Alderi Rodrigues da Silva, do supermercado Silva, um dos poucos que mantiveram portas abertas todos esses dias do longo feriado.

Para o servidor público aposentado, Paulo Rodrigues da Silva, que hoje mede o tempo cuidando de sua propriedade rural e assistindo a esposa, a comerciante Lúcia Rodrigues, “a sociedade está desorientada, o povo está sem rumo. Já estamos vivendo o Apocalipse”, afirmava ele, enquanto me via fotografar as ruas desertas do principal centro comercial de Guanambi, sem um único transeunte pelas ruas, nem carro trafegando às 12h do domingo de carnaval.

O mais grave de tudo isso não é a retirada em férias dos moradores, mas sim o rombo que deixa à economia doméstica e aos cofres do município, que deixa de produzir riquezas e arrecadar impostos.

“É uma situação ruim para todos os segmentos. O comércio fica desestabilizado pela incerteza provocada por um feriado tão longo, principalmente porque não se anuncia com antecedência”, queixa a empresária e presidente do Sindicato dos Empresários Lojistas de Guanambi e região, Adnalva Magalhães Ávila. Ela lamenta que o setor ainda esteja enfraquecido como instituição para reivindicar maior poder de decisão na esfera politicoadministrativa. Bem por isso, ela está articulando uma mobilização do empresariado para o fortalecimento do setor.

Cidade fantasma – Na segunda e terça feira, até a feira livre parecia de cidade arrasada. Os costumeiros movimento de caminhões de frutas e verduras que lotam aquele espaço público diariamente, nem por perto passaram; nem açougues, nem barraqueiros, nem camelôs oferecendo CD e bugigangas, nem gente pedindo esmolas… A cidade parou como numa ressaca de tornados.

O que se comentava entre os poucos “gatos pingados” que permaneceram na cidade é que a culpa é dos administradores públicos do município. Eles não percebem que esse “vazio” é ruim para a cidade e para a sociedade como um todo, pois enfraquece a economia formal, e a cidade perde a oportunidade de se criar uma tradição festiva no município e de manter acesas suas culturas populares.

O carnaval parece engodo, uma festa maldita para certos segmentos religiosos, mas não é bem assim. Precedendo e fazendo os carnavais, existem os artistas afins, as oficinas musicais, as fábricas de instrumentos, as associações que tiram

Comente esta matéria

O seu endereço de email não será publicado. Campos requeridos estão marcados *

*

Não serão publicados comentários com xingamentos e ofensas ou que incitem a intolerância ou o crime. Os comentários devem ser sobre o tema da matéria e sobre os comentários que surgirem. As mensagens que não atendam a essas normas serão deletadas. Os que transgredirem essas normas poderão ter interrompido seu acesso a este veículo.

Scroll To Top