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Equipe de universidade do interior de São Paulo patenteia “viagra caipira”

Planta Piper cubeba, ou pimenta-¬de-¬java, produz o "novo viagra" - Foto: Michael Wolf/Wikimedia Commons

Planta Piper cubeba, ou pimenta-¬de-¬java, produz o “novo viagra” – Foto: Michael Wolf/Wikimedia Commons

Um grupo de pesquisadores estava testando uma série de moléculas similares como arma contra o mal de Chagas, doença causada por um parasita e que pode levar à insuficiência cardíaca. As substâncias não se revelaram muito eficazes para esse fim, mas alguns dos ratos usados no estudo, repararam os cientistas, apresentavam uma potente ereção.

Após estudar melhor o fenômeno, a equipe da Unifran (Universidade de Franca, no interior paulista) acabou mostrando que uma das substâncias, a (­-)­cubebina – pronunciasse “menos cubebina”– tinha potencial para ser usada como medicamento contra a disfunção erétil em seres humanos, inclusive com vantagens em relação a fármacos que estão no mercado hoje, como o Viagra (citrato de sildenafila)

Após verificar o curioso efeito nos ratos, a equipe passou a fazer exames mais detalhados do fenômeno, inclusive analisando o que acontecia com o corpo cavernoso do pênis dos animais –a parte do órgão que, ao receber maior irrigação sanguínea, é a principal responsável por mantê-­lo ereto (veja o quadro acima).

“Comparamos a ação da (-­)­cubebina com a do princípio ativo do Viagra e verificamos que ela é 50% mais potente”, diz o farmacêutico da Unifran.

Trocando em miúdos, a molécula derivada da planta enche o pênis com sangue de modo mais eficiente, deixando ­o mais túrgido (“cheio”), como dizem os especialistas.

Essas análises mais detalhadas também mostraram que a substância atua inibindo uma enzima (molécula que acelera reações bioquímicas), a fosfodiesterase­5, que mantém o pênis em seu estado flácido. Essa enzima também é o alvo de remédios contra disfunção erétil existentes hoje.

Andrade e Silva afirma que a maior potência da molécula não necessariamente indica que seu efeito seria mais doloroso ou difícil de reverter. “Tudo isso é uma questão de formulação e dosagem, algo que podemos ajustar conforme os estudos avançam”, pondera.

Para que a substância se torne a base de um novo produto, serão necessários mais testes em animais e ao menos três baterias diferentes de ensaios clínicos com pacientes humanos, o que deve exigir vários anos de estudos.

Fonte: Folha/Ciência/JE

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