Sob o tema “Sabores e Saberes dos Quilombos”, Caetité promoveu o seu V Encontro de Comunidades Negras e Quilombolas. O evento, realizado na comunidade de Lagoa do Meio, dia 30 de novembro, enaltece a comemoração pela Consciência Negra, que tem como objetivo fortalecer, integrar e valorizar a cultura negra naquele município e na região, já que em Caetité existem 23 comunidades quilombolas, 10 das quais já certificadas pela Fundação Palmares.
Promovido pela Secretaria Municipal da Educação de Caetité, pelo Movimento de Mulheres Camponesas e pela Associação do Conselho Quilombola de Caetité, o encontro teve o apoio da UNEB, da INB e da Renova Energia.
Para a secretária municipal da Educação, Esporte, Lazer e Turismo, Rosemária Joazeiro, o evento tem como objetivo a promoção do fortalecimento da organização politicocultural das comunidades quilombolas. “Através desse encontro – que irá envolver as comunidades negras certificadas e não certificadas de Caetité e da região – promovemos a integração entre elas e também popularizamos a temática racial”, disse ela.
Durante o encontro, ocorreram várias apresentações culturais, como repentistas, samba de roda, mostras de vídeo, estandes, mesas redondas para debates envolvendo temas relevantes
sobre as comunidades quilombolas; oficinas, como a de dança e a de capoeira; confecções de bonecas; música; e outras. No final, foi feita distribuição de mudas de plantas nativas às comunidades.
Ainda como parte das comemorações pela Consciência Negra foi apresentada na sede do município, a “III Leituras de África: Patrimônios, Diversidade e Ações Afirmativas”. O evento, iniciado dia 26 de novembro, foi até o dia 29, na Uneb.
O evento teve ainda por propósito contribuir à formação docente (inicial e continuada), condizente com a demanda da região, e teve mesas redondas, oficinas, teatro, exposições, minicursos, lançamento de livros e apresentação do espetáculo teatral “Os Filhos da Abolição”.
Para o secretário municipal da Cultura, Sebastião Carvalho, — afrodecendente, assim como Rosemária Joazeiro — “a sociedade precisa se organizar para fazer valer seus direitos mais elementares e não depender somente do poder público“. Em Caetité – disse ele – “temos belos exemplos, como a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que apoia tais entidades, sendo a matriz onde foram gerados grupos como o Agbara e Unegro, voltados para as ações afirmativas. Mas não se pode deixar o poder público de cumprir o seu papel, que é o de apoiar as comunidades negras existentes; efetivar a lei que manda seja ensinada a história africana nas escolas, além de promover o permanente resgate de suas manifestações culturais, religiosas e sociais”, concluiu Carvalho.
Não serão publicados comentários com xingamentos e ofensas ou que incitem a intolerância ou o crime. Os comentários devem ser sobre o tema da matéria e sobre os comentários que surgirem. As mensagens que não atendam a essas normas serão deletadas. Os que transgredirem essas normas poderão ter interrompido seu acesso a este veículo.