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Fintechs são a nova revolução da agricultura, aponta agrônomo e diretor do Crea-SP

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O engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira, doutor em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (Unesp), docente e diretor técnico do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo), coloca essa “tecnologia” no centro das discussões acerca da agricultura no Brasil; e esse tema o enche de esperanças.

“O Brasil é o celeiro do mundo”, afirma Glauco, apontando as razões da afirmação na sequência, em tom professoral. O país, explica, “tem uma coisa que nenhum outro país tem, a radiação solar”. “A planta na verdade é uma grande indústria que transforma radiação solar em carboidrato, a famosa fotossíntese.”

Entre os trópicos, um dos poucos países comparáveis ao Brasil na questão solar é a Austrália. “Mas é um grande deserto, eles não têm água”, explica Glauco. “Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Japão já não têm mais áreas para aumentar a produção, só podem crescer em produtividade. A China teria condições, mas o chinês cansou de ficar no campo e foi para a cidade, ele resolveu consumir ao invés de produzir.” Portanto, apresenta-se ao Brasil um cenário esperançoso. Mais ainda porque vivemos uma revolução tecnológica que trará resultados até então inimagináveis para a agricultura, afirma Glauco. Trata-se da Agricultura 4.0.

“Lembra-se da Teoria de Malthus?”, pergunta-me. “Nela, ele dizia que as pessoas do mundo morreriam de fome porque a população crescia numa progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16…) e a produção de alimentos numa progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5…). Teoricamente, perfeito. Mas ele se esqueceu, na projeção, da tecnologia. Ele não considerou que a humanidade iria evoluir, pensar em novas tecnologias e aumentar a produtividade.”

A Teoria populacional Malthusiana foi uma teoria demográfica criada no final dos anos de 1700 na Inglaterra pelo economista e sacerdote protestante Thomas Robert Malthus (1766-1834), em sua principal obra, “Ensaio sobre o princípio da população”. À época, o país vivia um êxodo rural, desemprego alto e um elevado aumento da população.
Glauco destaca, então, a Revolução Verde, que desmentiu a Teoria de Malthus nos anos de 1950. A partir dela, o campo ganhou novas práticas agrícolas, com sementes modificadas, agrotóxicos e maquinários que permitiram um aumento expressivo na produção.

Fintechs

“Agora, vamos mudar paradigmas, vamos para um sistema futuro”, projeta Glauco. Uma das grandes apostas dele são as Fintechs que são startups que criam soluções tecnológicas para o sistema financeiro, proporcionando inovações e rompendo alguns paradigmas presentes nas instituições tradicionais. Tais empresas atuam nas áreas de consumer banking, negociação de dívidas, investimentos, empréstimos e seguros, entre outros. “Vamos imaginar que você é um produtor rural e quer plantar milho. Mas, tecnicamente, a sua propriedade tem aptidão de 60% para o milho e 99% para a manga. Você concorda que eu se eu for ao banco pegar uma linha de crédito para produzir milho posso desperdiçar recursos? Mas, se eu for alertado que devo produzir manga, terei todas as garantias de que vou cumprir o compromisso”, exemplifica o engenheiro.

Ele continua: “Muitas vezes o banco precisa mandar um profissional à propriedade, ficar dias lá. Com a tecnologia, é possível ver o que está plantando, qual é a área, a cultura, ter uma previsão de produtividade. Fica muito mais fácil uma análise de crédito. E, quando a gente aumenta a garantia, a contrapartida da instituição financeira é reduzir a taxa de juros”.

Como agtech, a Agronow possibilita a criação de um novo modelo de negócios no setor financeiro, trazendo mais agilidade e garantias para a oferta de produtos e serviços financeiros, como empréstimos, financiamentos e seguros.

“O Agronow Business Viewer possibilita informações táticas, é uma evolução estratégica na inteligência de mercado, identificando, por exemplo, as áreas com maior potencial produtivo e possibilidades de investimentos, assim como o monitoramento e a validação desses investimentos”, explica o CEO da Agronow, Antônio Morelli. “A ferramenta é capaz de gerar análises e comparativos regionais e macroregionais, de forma totalmente orientada ao segmento e interesse da empresa ou investidor. Tudo isso é ainda conectado às informações específicas de cada área analisada e com resultados em menos de um minuto.”

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