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OMS alerta para surto de hepatite A no Brasil: maioria dos casos por transmissão sexual

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No mês de julho último, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um relatório alertando para um aumento incomum nos casos de hepatite A por transmissão através de relação sexual entre homens no Brasil, em 15 países da Europa, no Chile e nos Estados Unidos.

Entre junho de 2016 e maio de 2017, países da Europa (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia e Reino Unido) reportaram 1.173 casos relacionados aos três surtos distintos de hepatite A. No Chile, 706 casos foram relatados; no Brasil (São Paulo) houve aumento de 68 casos em 2016 para 138 em 2017.

Segundo a OMS, a infecção por hepatite A não causa doença hepática crônica e raramente é fatal. Mas alguns pacientes podem desenvolver sintomas mais graves com duração de meses. O vírus é propagado principalmente quando uma pessoa não infectada (e não vacinada) ingere alimentos ou água contaminada com as fezes de uma pessoa infectada. O vírus também pode ser transmitido através de contato físico próximo com um indivíduo com o vírus, através de mãos sujas e relação sexual.

Até então [da publicação do relatório], não foram relatadas mortes com conexão aos surtos em curso. No entanto, a OMS alerta que o vírus tem o potencial de se espalhar para a população em geral se medidas de controle (vacinação, higiene, segurança alimentar e medidas de sexo seguro) não forem implementadas.

DIAGNÓSTICO PELO SUS

A partir do alerta da OMS, o SUS passou a disponibilizar um teste rápido para detectar a hepatite, que passou a fazer parte da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde. Na prática, essa medida vai ampliar o acesso ao diagnóstico das infecções causadas pela hepatite B. O teste disponibilizado é o VIKIA – HBsAg da empresa BioMérieux Brasil S/A, que utiliza a tecnologia imunocromatográfica (formato ICT ou lateral flow), para detecção de antígeno do HBs no soro, plasma ou sangue total.

A DOENÇA – A Hepatite A é uma inflamação no fígado causada pelo vírus VHA. A médica Sumire Sakabe, infectologista do Hospital 9 de Julho, de São Paulo, explica que o contágio se dá pela via oral-fecal, ou seja, contato com fezes infectadas pelo vírus que de alguma forma chegam até a boca. Alguns pacientes infectados podem não apresentar sintomas e sequer percebem que tiveram a doença. Outras pessoas podem se queixar de cansaço, enjoos, vômitos, falta de apetite, urina escura, peles e olhos amarelados (icterícia), disse a médica.

Primeiros sintomas – Náuseas, dor abdominal, cansaço, pele e olhos amarelados podem ser sintomas da hepatite A, doença com registro de aumento de casos no Brasil.

FORMAS DE EVITAR O CONTÁGIO

Cuidados com a alimentação – muitas vezes o vírus está em alimentos mal lavados. Por isso, é importante lavar as mãos com água e sabão, especialmente ao manusear os alimentos, antes e depois das refeições. E lavar bem todos os alimentos que serão consumidos crus.

Tratamento da água – em regiões mais simples onde não há saneamento básico, a água pode estar contaminada. Nestes casos, é importante fervê-la antes de beber ou procurar por água tratada.

Sexo seguro – segundo a Dra. Sumire, o sexo oral e o anal estão entre os potenciais focos de transmissão de Hepatite A. “Para evitar a doença é possível fazer uma barreira com a camisinha adaptada (dental dam) e lavar com água e sabão as mãos e a região anal e genital antes e depois do sexo”, explica a especialista.

RECOMENDAÇÕES DA OMS

Países com perfil de baixa endemicidade para a hepatite A devem oferecer vacinação a indivíduos em alto risco e de complicações graves após a infecção. Os grupos de risco incluem homens que fazem sexo com homens, usuários de droga e pacientes com doença hepática crônica.

A vacinação deve ser incluída como parte de um pacote abrangente de serviços para prevenir e controlar a hepatite viral, incluindo educação em saúde e medidas para controle de surtos. O uso da vacina deve ser preferido para profilaxia pré e pós-exposição (por exemplo, para contatos próximos de casos agudos de hepatite A).

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