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Do lixo ao lucro: caixa de pizza auxilia e barateia reflorestamento

foto Felipe Ferreira ok

Uma técnica simples e barata pode auxiliar na reabilitação de áreas degradadas com um custo até 50% menor em comparação aos métodos tradicionais. Trata-se do uso de papelão para controle do capim no coroamento (capina ao redor) de mudas em ações de reflorestamento. O produtor pode utilizar até mesmo caixas já descartadas de pizza.

Desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, em 2017, a técnica pode viabilizar financeiramente a adoção da recuperação de pastagens para pequenos produtores. É bom lembrar que o Brasil tem – segundo cálculos da Embrapa, em 2017 – cerca de 21 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal que precisam ser restauradas, a maioria sob uso de pastagem.

Esse método já utilizado em lavouras vem somar em ações de reflorestamento com espécies nativas. Nos projetos de recomposição florestal, a maior parte dos custos – segundo a Embrapa – está associada ao controle de plantas daninhas que colocam em risco o crescimento e a sobrevivência das mudas. Cerca de dois terços do investimento é destinado ao controle da chamada matocompetição. “Temos várias soluções para isso. O uso de herbicida é a mais comum na agricultura, mas é pouco utilizada no setor florestal com foco ambiental, principalmente porque são áreas próximas a recursos hídricos”, disse o pesquisador Alexander Resende.

A técnica é simples e utiliza um disco ou placa de papelão, novo ou reutilizado, para proteger a base das mudas nos primeiros anos de plantio, fazendo com que as gramíneas não se desenvolvam.

O pesquisador Guilherme Chaer conta que os experimentos no campo mostraram que, além de impedir o crescimento das gramíneas, o papelão aumenta a taxa de sobrevivência das mudas. “De onze espécies avaliadas, nove apresentaram índice de sobrevivência igual ou superior a 80%, quando coroadas com papelão, enquanto apenas três atingiram esse índice quando coroadas com a enxada”, disse Chaer.

O papelão não prejutica o crescimento das plantas em relação ao tratamento manual e pode diminuir em até 10º C a temperatura do solo superficial nos dias mais quentes, e também reduz a perda de água por evaporação.

A pesquisa avaliou o potencial do papelão para suprimir quatro espécies de gramíneas, mais comuns em região de Mata Atlântica: brachiarão, capim-colonião, capim-rabo-de-burro e capim-quicuio. Em todas elas, o papelão atuou de forma a inibir seu desenvolvimento.
Fonte: Embrapa Agrobiologia

 

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