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O Brasil e biomas tropicais como parte da solução para a fome no mundo: dias 1 e 2 de dezembro

“Somos capazes de transformar a Amazônia no maior celeiro global de alimentos sem derrubar uma única árvore, basta apenas transferir para a sociedade aquilo que já sabemos”( Frase é do professor Alysson Paolinelli). Foto: iStock / divulgação.

“Somos capazes de transformar a Amazônia no maior celeiro global de alimentos sem derrubar uma única árvore, basta apenas transferir para a sociedade aquilo que já sabemos”( Frase é do professor Alysson Paolinelli). Foto: iStock / divulgação.

“Com o conhecimento e a tecnologia que o Brasil já dispõe é possível produzir desenvolvimento sustentável imediatamente. Somos capazes de transformar a Amazônia no maior celeiro global de alimentos sem derrubar uma única árvore, basta apenas transferir para a sociedade aquilo que já sabemos”. Esta frase é do professor Alysson Paolinelli, presidente do Instituto Fórum do Futuro, que lança, nos dias 1 e 2 de dezembro, o projeto Polo Demonstrativo Amazônia 1, mais uma iniciativa pioneira do Projeto Biomas Tropicais.

O projeto, que engloba os municípios rondonienses de Cacoal, Pimenta Bueno e Espigão do Oeste, será apresentado durante o evento “Wake Up Call Amazônia, Já!”, que acontece em Porto Velho.

O objetivo do congraçamento é aproximar o conhecimento represado nas universidades da realidade dos produtores, empresas e sociedade com vistas a produzir transformações para demonstrar a capacidade de multiplicação de ferramentas para o desenvolvimento sustentável.

Serão dois dias com importantes painéis abarcando a agenda integrada da Ciência, da Gestão, do Planejamento e da Sociedade na perspectiva do desenvolvimento sustentável da bioeconomia tropical. Temas como conectividade e inclusão, estímulo à educação e cultura voltadas para projetos científicos, além das potencialidades de aprimoramentos endógenos de café e psicultura e impactos mínimos da produção de alimentos na natureza também serão ressaltados na ocasião.

A realização do congresso acontece quase concomitantemente à comemoração dos nove anos do Fórum do Futuro.

Na época (em 2012), Paolinelli, que tem seu nome em destaque no cenário político e agroindustrial por ter sido ministro da Agricultura e ser indicado ao prêmio Nobel da Paz por seu projeto de desenvolvimento do bioma do Cerrado, reuniu um time de reflexão com nomes de peso, como Eliezer Batista, que inventou a logística Brasil China, e Ronaldo Sandenberg, ex-ministro das Tecnologias e oito anos embaixador da ONU, Botafogo Gonçalves, que como embaixador do Brasil na Argentina foi o principal articulador do Mercosul, entre outros nomes de relevância, bem como uma coleção de técnicos do mais alto nível, para a fundação do instituto.

Relembrando a trajetória e o papel do Fórum do Futuro em debates e deliberações sobre o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável no país, Paolinelli ressalta que o Brasil, atualmente, além de ser um grande refúgio ecológico e de ser uma representação do que o mundo precisa ter, desenvolveu bem sua tecnologia e seu sistema produtivo. “É uma país que acredita na possibilidade de mudanças, que teve instrumentos para mudar e fez isso muito rapidamente, criando o que o mundo mais deseja hoje, que é ser uma nova alternativa de uma agricultura tropical sustentável. E ainda será, sem dúvida nenhuma, a garantia da segurança alimentar nesses próximos anos”.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE

Neste período de pandemia, com ondas que vem e vão do coronavírus no globo, a crise econômica tornou ainda mais evidenciada a fome no planeta.

Na visão de Paolinelli, mesmo dentro desse cenário incerto, o segmento da agroindústria está passando por transformações muito favoráveis. “O primeiro deles é que o consumidor passou a ser mais exigente e mais atento, buscando produtos mais naturais”, assinala o ex-ministro.

Esta é uma equação que está acontecendo no mundo mais desenvolvido, onde a renda familiar pode pagar mais pelo alimento e o produtor, com isso, pode também a ampliar a sua capacidade produtiva destes alimentos mais naturais. “Para o Brasil, trata-se de uma grande oportunidade, porque esse produto não necessita de máquinas automáticas, computadores de alta geração, mas sim do manejo pessoal do produtor, exigindo intensificação da mão de obra. Se tivermos a inteligência de usarmos os recursos biotecnológicos para fazer o tratamento mais adequado dessa produção natural, nós vamos levar vantagens competitivas”, complementa.

Para ele, com o apoio da ciência e da tecnologia e o desenvolvimento da produtividade no país, o Brasil terá a capacidade de competir no mercado e gera renda. “Se trabalharmos nessa direção, contribuiremos, inclusive, com a inclusão social”.

Outro conceito equivocado é investir no extrativismo, que só agrava o problema da terra. Temos que sair do extrativismo. Agricultura não é dividida em pequeno, médio e grande agricultura familiar. Isso não existe. O que existe é uma agricultura com tecnologia, com inovação que evolua o seu sistema em governança, em estabilidade ecológica e equilibradamente, sob o ponto de vista social. Temos que reforçar a visibilidade dos biomas tropicais, dos povos tropicais. A ciência transforma a vida das pessoas, assim como a inovação aponta um novo futuro, e como as tecnologias são a arma que temos pra enfrentar a miséria e a fome”, finaliza o ex-ministro.

Fonte: Matheus Duarte – Vervi Assessoria

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