
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo. (Crédito: Freepik).
Com o objetivo de conscientizar a população sobre o autismo, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Abril Azul, um programa para envolver a comunidade, trazer visibilidade e buscar uma sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva, pois, segundo a OMS, cerca de 70 milhões de pessoas, de todo o mundo, são autistas.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica caracterizada por desafios na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. A prevalência global é de um caso para cada 44 nascimentos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. No Brasil, enquanto os dados do Censo de 2022, ainda não são divulgados pelo IBGE, estima que cerca de dois milhões de pessoas tenham TEA.
O diagnóstico precoce e o acesso a terapias adequadas são essenciais para garantir melhor qualidade de vida de pacientes autistas. “A neuroplasticidade cerebral é mais intensa nos primeiros anos de vida. Isso significa que intervenções terapêuticas aplicadas precocemente têm um impacto muito maior no desenvolvimento da criança, ajudando-a a desenvolver habilidades sociais e comunicativas”, explica Juliana Gomes, fonoaudióloga especialista em comunicação alternativa e linguagem infantil e CEO da Clínica Life.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta de diferentes formas e apresenta variados níveis de suporte necessário. Algumas crianças conseguem levar uma vida independente, enquanto outras necessitam de acompanhamento constante para atividades do dia a dia. O autismo não tem cura, mas o tratamento pode reduzir significativamente os desafios enfrentados pelos indivíduos dentro do espectro.
Diagnóstico precoce: os primeiros sinais:
De acordo com Juliana Gomes, os primeiros sinais do autismo podem ser observados ainda nos primeiros anos de vida. Entre os principais indicativos estão:
- Dificuldades na comunicação: atraso na fala, repetição de frases sem contexto e dificuldade em iniciar ou manter conversas;
- Baixa interação social: pouco interesse em brincadeiras com outras crianças, falta de reciprocidade emocional e dificuldade em interpretar expressões faciais;
- Comportamentos repetitivos: balançar o corpo, bater as mãos, alinhar objetos obsessivamente ou insistência em rotinas rígidas;
- Hipersensibilidade sensorial: reações exageradas a sons, luzes, cheiros e/ou texturas de roupas e alimentos.
O caminho entre a suspeita e o diagnóstico pode ser longo e desafiador para as famílias. Além da aceitação da condição, muitos pais enfrentam dificuldades para encontrar profissionais especializados e acessar terapias multidisciplinares, como fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional.
“O processo de adaptação exige muito da família. É um período de aprendizado, em que os pais precisam entender as necessidades específicas da criança e buscar suporte adequado”, ressalta Juliana Gomes. O acompanhamento contínuo é essencial, pois o TEA pode se manifestar de maneiras diferentes ao longo da vida, exigindo ajustes nas estratégias terapêuticas.
A fonoaudióloga Juliana Gomes (Foto) explica os sinais do autismo e destaca a importância do tratamento multidisciplinar para o desenvolvimento dos pacientes com a condição.(Divulgação)
Tratamento e suporte multidisciplinar
- Embora o autismo não tenha cura, o tratamento adequado pode proporcionar avanços significativos. Entre as abordagens mais comuns estão:
- Terapia fonoaudiológica: auxilia no desenvolvimento da fala e comunicação;
- Psicoterapia: trabalha habilidades sociais e emocionais;
- Terapia ocupacional: ajuda na autonomia e adaptação sensorial;
- Acompanhamento neuropediátrico: avalia a necessidade de medicações e orientações específicas.
Para ampliar o debate sobre o TEA e garantir que crianças e adultos dentro do espectro tenham acesso ao diagnóstico e tratamento adequados, a Organização das Nações Unidas instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado desde 2007. “Quanto mais cedo as crianças forem estimuladas, maiores serão as chances de desenvolverem autonomia e habilidades essenciais para sua vida cotidiana”, conclui Juliana.
Sobre Juliana Gomes: é fonoaudióloga, especialista em comunicação alternativa e linguagem infantil, capacitada em transtornos de leitura e escrita. Atua há mais de 10 anos nos transtornos de linguagem oral, escrita e autismo. É fundadora e CEO da Clínica Life. Localizada no município de Serra, no Espírito Santo, a Clínica Life realiza cerca de 1.900 atendimentos todos os meses.
As principais terapias oferecidas no espaço incluem fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia e acompanhamento psicológico, sempre adaptadas às necessidades individuais de cada paciente.
Informações à imprensa: Multiverso Comunicação / Por: Paula de Paula
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