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Projetos comunitários ganham impulso e mudam realidades no Vale do Jequitinhonha / MG

Iniciativas apoiadas pela Fundação Aperam Acesita e Aperam BioEnergia fortalecem a identidade e a autonomia de comunidades. (Divulgação)

Iniciativas apoiadas pela Fundação Aperam Acesita e Aperam BioEnergia fortalecem a identidade e a autonomia de comunidades. (Divulgação)

Mais oportunidades para os jovens, valorização dos saberes locais e geração de renda para as famílias. Esses são alguns dos resultados concretos dos projetos apoiados pelos editais da Fundação Aperam Acesita e Aperam BioEnergia no Vale do Jequitinhonha. Ao todo, já são mais de 260 projetos apoiados, 19 mil pessoas atendidas e mais de R$ 4,2 milhões investidos em ações socioambientais, que também abrangem a região do Vale do Aço.

As iniciativas estimulam o protagonismo e o empreendedorismo das comunidades, com ações voltadas à agricultura familiar, à educação, ao esporte e outras frentes. Os impactos já são percebidos no cotidiano dos moradores, que encontram nessas iniciativas novas perspectivas de desenvolvimento, autonomia e inclusão.

Exemplo vem da zona rural de Capelinha, onde 27 famílias da Associação Quilombola do Ribeirão Invernada deram um passo importante para transformar a tradicional produção de rapadura em um trabalho coletivo de geração de renda. Graças ao incentivo obtido, a fábrica comunitária foi modernizada e ampliada. Foram adquiridos novos tachos de cobre, seladoras, bancadas metálicas e outros equipamentos que melhoraram significativamente o processo de produção do quitute, que é uma herança e símbolo da cultura local.

“Melhoramos as condições de trabalho das famílias e a estrutura da fábrica. Hoje, temos as sacolinhas e o produto já sai embalado e com mais qualidade. Aumentamos porque o espaço era um pouco pequeno e, agora, temos espaço para trabalhar melhor”, celebra Valto Fróes dos Santos, presidente da associação, que também contou com recursos para implantar um sistema de abastecimento de água e instalar painéis de energia solar na fábrica.

(Divulgação)

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Atualmente, toda a produção é vendida na feira de Capelinha, mas os moradores sonham mais alto. “Nosso sonho agora é vender para fora do município. As famílias estão muito animadas”, conta Valtinho, como é conhecido na comunidade. E os projetos para o futuro não param por aí: a ideia é aproveitar a estrutura já existente da fábrica para iniciar a produção de doces com frutas típicas do cerrado mineiro, como o pequi.

As famílias do Ribeirão Invernada também adquiriram roçadeiras e enxadas, que facilitam o manejo das lavouras e o trabalho diário no campo. Em um terreno coletivo de dois hectares, elas cultivam cana-de-açúcar para abastecer a produção de rapadura. “Enquanto um corta a cana, o outro puxa e o outro cuida do tacho”, explica.

Além do cultivo coletivo, cada família mantém sua própria lavoura, o que ajuda no sustento e complementa a renda familiar. “A gente tem nossos pequenos pedacinhos de terra e usamos parte da cana também para tratar o gado. É só bênção, graças a Deus”, diz um esperanço Valtinho.

A escolinha nasceu do seu desejo de oferecer oportunidades reais a crianças e adolescentes da cidade que, até então, não tinham acesso a atividades esportivas estruturadas. (divulgação)

A escolinha nasceu do seu desejo de oferecer oportunidades reais a crianças e adolescentes da cidade que, até então, não tinham acesso a atividades esportivas estruturadas. (divulgação)Escolinha de futebol comunitária

Em Turmalina, a Escolinha de Futebol Vila Nova, que começou com apenas 15 alunos, ampliou seu alcance e impacto na comunidade a partir do investimento recebido. Com a aquisição de novos uniformes e melhorias na estrutura, a iniciativa hoje atende gratuitamente 105 crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 16 anos, distribuídos em diferentes categorias. E a procura cresce a cada dia: mais de 50 jovens aguardam na fila de espera por uma vaga.

E, mais do que futebol, o projeto fortalece vínculos comunitários e reforça o sentimento de pertencimento entre os jovens. “Hoje, percebemos a emoção no olhar deles quando andam pela cidade com a camisa da escolinha”, se orgulha Douglas. A iniciativa também combate a evasão escolar, a ansiedade e o uso de drogas. Para participar, é obrigatório estar matriculado na escola e manter frequência regular.

A entidade, que já havia recebido apoio para mobiliar sua sede, agora contribui para mudar a trajetória de jovens da região.

A entidade, que já havia recebido apoio para mobiliar sua sede, agora contribui para mudar a trajetória de jovens da região.

Artesanato e cidadania

A Associação das Mulheres Unidas por Capelinha (Assomuc) encontrou no artesanato uma forma de oferecer uma nova perspectiva a adolescentes em situação de vulnerabilidade social, unindo saberes tradicionais, criatividade e empreendedorismo. A entidade, que já havia recebido apoio para mobiliar sua sede, agora contribui para mudar a trajetória de jovens da região.

Andressa de Sousa Ferreira, assistente social e uma das responsáveis pelo projeto, tem uma trajetória profundamente ligada ao Vale do Jequitinhonha. Natural de Santa Maria do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, ela vive em Capelinha, onde atua diretamente no atendimento a 20 jovens, em sua maioria mulheres.

“Sempre acreditei no potencial transformador do trabalho social e comunitário, principalmente em territórios marcados por desigualdades. Atuo com foco no empoderamento de mulheres e jovens, e tenho orgulho de fazer parte de uma associação que luta diariamente pela inclusão e pelo desenvolvimento humano e social”, enfatiza.

Segundo Andressa, o projeto nasceu de uma necessidade identificada no dia a dia da associação: adolescentes com baixa autoestima, dificuldades emocionais e sem espaços seguros de convivência. “Criamos o projeto para oferecer a eles um lugar de escuta, aprendizado e fortalecimento pessoal”, relembra.

Os resultados não demoraram a aparecer. “Notamos uma evolução no comportamento de vários participantes, com redução de crises de ansiedade e episódios de agressividade. As oficinas proporcionaram um espaço seguro onde pudemos abordar de forma espontânea questões sobre identidade, sonhos, relações familiares e projeto de vida”, analisa a assistente social.

Três adolescentes que participaram das atividades deram um passo adiante e fundaram o coletivo “Arte e Alma”, dedicado à produção artesanal em madeira e pintura. Atualmente, eles mantêm uma loja virtual e expõem suas criações no Mercado Municipal de Capelinha.

Aperam BioEnergia

A Aperam BioEnergia é hoje a maior produtora de carvão vegetal do mundo. A partir das florestas renováveis de eucalipto, são produzidas 450 mil toneladas de carvão vegetal por ano, que abastecem a Usina de Timóteo e são utilizados na fabricação do Aço Verde Aperam. Localizada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a empresa investe continuamente em novas tecnologias que a transformaram em referência global em inovação e sustentabilidade na indústria florestal.

De: Dermeval Milanez / Por: Link Comunicação

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