
O evento terá dois momentos – um teórico e outro prático – e vai contar com a presença de especialistas da Embrapa no tema, da Unidade sediada em São Carlos/SP: Carlos Renato Marmo e Wilson Tadeu Lopes da Silva. (Fossa Séptica Biodigestora / Foto: Renan Alcântara)
Nos próximos dias 2 e 3 de setembro, a Embrapa Maranhão vai reunir instituições públicas e privadas para debater uma temática crônica e grave no Maranhão: falta de saneamento básico. O estado está entre os 24 estados que precisam ampliar seus investimentos em saneamento básico (cerca de 8,66 vezes a mais), segundo levantamento do Instituto Trata Brasil para atingir a meta de universalização até 2033. Na área rural, essa situação se exacerba.
O evento terá dois momentos – um teórico e outro prático – e vai contar com a presença de especialistas da Embrapa no tema, da Unidade sediada em São Carlos/SP: Carlos Renato Marmo e Wilson Tadeu Lopes da Silva. A Vale, a Estação Conhecimento da Vale, o Instituto Formação e a Universidade Federal do Maranhão – UFMA são parceiros da iniciativa.
O dia 2 de setembro será inteiramente dedicado às discussões de temas específicos relacionados: Na parte da manhã, tem a seguinte programação: “Funasa e o Saneamento Básico Rural” (José Antônio da Motta ribeiro. Diretor da Funasa); “Desafios do Saneamento no Maranhão – Perspectivas do Saneamento Rural” (Marcos Aurélio Alves Freitas, Diretor Presidente da CAEMA), “Gestão compartilhada de Sistemas de Saneamento Básico Rural” (Marcondes Ribeiro, Diretor Presidente do Instituto SISAR), “Parceria da Embrapa com o município de Campinas-SP como exemplo de planejamento e gestão de tecnologias de saneamento básico rural” (Geraldo Neto, Prefeitura Municipal de Campinas).
À tarde, será a vez das instituições de ciência e tecnologia levarem suas contribuições ao debate: ”Bionergia – oportunidade de ganho econômico a partir da aplicação de tecnologias de saneamento rural” (Alana Gandra Lima de Moura, professora adjunta da UFMA), “Tecnologias da Embrapa para Saneamento Básico Rural” (Carlos Renato Marmo, analista da Embrapa), “Reuso agrícola de efluente tratado” (Wilson Tadeu Lopes da Silva, pesquisador da Embrapa).
No dia 3 de setembro, a Embrapa vai realizar o dia de campo “Demonstração de Tecnologias de Saneamento Básico Rural desenvolvidas pela Embrapa” no Instituto Formação, localizado no Maracanã, área rural de São Luís. O evento vai reunir agentes multiplicadores, como extensionistas, técnicos, agrônomos, engenheiros, biólogos, profissionais da área de meio ambiente, saúde e educação e ainda gestores públicos e estudantes de nível superior.
Segundo João Zonta, coordenador do evento e analista da Embrapa Maranhão, o evento vai permitir a disseminação de conhecimento previstas dentro do projeto Voa Maracanã, que é uma iniciativa da Vale com parceria da Embrapa e execução por parte do Instituto Formação em São Luís para transferir tecnologia para agricultura familiar.
Para Wilson Tadeu Lopes da Silva, pesquisador da Embrapa Instrumentação, a iniciativa tem grande potencial de mostrar para a sociedade do estado (rural, urbana, do setor produtivo, da academia e da administração pública), que existem soluções eficientes e validadas para o Saneamento Básico Rural, em um processo de pesquisa, desenvolvimento e capacitação. Carlos Renato Marmo, analista da Embrapa Instrumentação, destaca a relevância nacional da temática, considerando os desafios que temos no campo para melhoria da qualidade de vida e preservação ambiental.
Locais dos eventos:
Dia 02/09 – Núcleo de Pesquisa BAITES – UFMA
Campus de São Luís – Av. dos Portugueses, 1966 – Vila Bacanga, São Luís-MA.
Dia 03/09 – Instituto Formação
Rua Santa Maria, R. São Pedro Alegria – Maracanã, São Luís-MA.
TECNOLOGIAS DA EMBRAPA:
A Fossa Séptica Biodigestora
Tecnologia que trata o esgoto do vaso sanitário (a água com urina e fezes humanas), de fácil instalação e custo acessível, produz um efluente que pode ser utilizado no solo como fertilizante (recomendado para plantas perenes). Substitui a chamada “fossa rudimentar”, não gera odores desagradáveis, não procria ratos, moscas, baratas e evita a contaminação do lençol freático. O sistema básico, dimensionado para uma residência com até 5 moradores, é composto por três caixas interligadas e a única manutenção é adicionar mensalmente uma mistura de água e esterco bovino fresco (5 litros de cada).
A solução é uma alternativa frente à falta de saneamento básico em algumas regiões rurais, o que afeta diretamente a saúde do morador do campo; evita a contaminação do solo e da água consumida pelos moradores (os resíduos não chegam ao lençol freático e aos rios que abastecem as cidades), além da proliferação de doenças.
Jardim Filtrante
É um pequeno lago impermeabilizado, que contém pedras, areia e plantas aquáticas, com manutenção muito simples, para tratamento do esgoto proveniente de pias, tanques e chuveiros, ricos em sabões, detergentes, restos de alimentos e gorduras – a chamada “água cinza”. Foi adaptado pela Embrapa para complementar o uso da Fossa Séptica Biodigestora e do Clorador Embrapa, tecnologias desenvolvidas para o saneamento básico rural.
Contribui com a sustentabilidade do meio ambiente ao evitar o descarte de esgoto não tratado, bem como permitir a reutilização da água para irrigação de lavouras, lavagem de pisos e janelas, uso no vaso sanitário, entre outras, ou mesmo o descarte de maneira adequada. O sistema possibilita ainda harmonia paisagística, pelo uso de plantas ornamentais.
Clorador Embrapa
Tecnologia simples, de baixo custo e fácil instalação, desenvolvida para clorar a água do reservatório (caixas d’água) das residências rurais. Pode ser montado pelo próprio morador, com peças adquiridas em lojas de material de construção e deve ser instalado entre a entrada de captação de água e o reservatório da residência. Auxilia a descontaminação da água, reduzindo o risco de a população rural ser exposta a doenças como a hepatite, diarreia, tifo, giardíase e outras.
Voa Maracanã – A proposta tem como objetivo conectar 500 famílias em comunidades rurais do Maracanã e adjacências para que possam melhorar suas vidas de forma integral nos campos da educação, saúde, renda, nutrição, cultura e lazer. Serão realizadas ações socioassistenciais, educativas e de inclusão produtiva, em articulação com a Prefeitura, outros órgãos governamentais e organizações da sociedade – contribuindo diretamente para que 500 famílias possam melhorar sua realidade com aplicação do método de Acompanhamento Familiar Multidimensional.
O projeto valorizará a produção local, apostando na troca entre o saber local e as tecnologias desenvolvidas por universidades e empresas de fomento, antenado com um modo mais orgânico de produção, que agregue o valor do processo e de ancestralidade, sem perder de vista as mudanças advindas da IV Revolução Industrial, que introduzem novas tecnologias na vida das pessoas.
Por: Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Maranhão
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