
Segundo o pesquisador, o problema começa quando a apneia do sono reduz a oxigenação do cérebro, o que afeta as funções cognitivas devido ao acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro. (Crédito: Marcelo Camargo-Agência Brasil)
São Paulo, setembro de 2025 – No Dia Mundial do Alzheimer (21/09), especialistas reforçam a importância de dormir bem para a saúde do cérebro. Pesquisadores da Universidade de Michigan acompanharam mais de 18.500 adultos acima de 50 anos por dez anos e descobriram que pessoas com apneia do sono tinham risco maior de perda cognitiva – especialmente mulheres, com risco duas vezes maior.
O problema começa quando a apneia do sono reduz a oxigenação do cérebro. Segundo o Dr. Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e diretor médico da Biologix, essas pausas respiratórias levam à inflamação crônica e dificultam a eliminação de proteínas tóxicas, como a beta-amiloide, que se acumulam no cérebro e estão entre os principais marcadores do Alzheimer.
Essa relação entre sono ruim e acúmulo de beta-amiloide é reforçada por estudos publicados no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, que mostram que indivíduos com apneia apresentam maior concentração dessas placas no cérebro.
A fase REM do sono, responsável por organizar memórias e regular emoções, também é prejudicada pela apneia. “Distúrbios nessa fase elevam os níveis de biomarcadores ligados à doença, mesmo antes de surgirem sintomas clínicos”, explica o especialista. Além disso, a fragmentação do sono profundo compromete o funcionamento do sistema glinfático, responsável por “limpar” o cérebro e eliminar proteínas neurotóxicas.
Diagnóstico e tratamento da apneia: mais do que ronco
Os sinais mais comuns de apneia do sono incluem ronco intenso, pausas respiratórias durante a noite e sonolência excessiva durante o dia, explica o Dr. Lorenzi Filho. Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade, exames como a polissonografia são recomendados.
O tratamento depende da intensidade do quadro e pode envolver mudanças de hábitos, o uso de dispositivos de pressão positiva contínua (CPAP) para manter as vias respiratórias abertas e, em alguns casos, cirurgia.
Segundo o especialista, tratar a apneia não apenas melhora a qualidade do sono, mas também ajuda a preservar a saúde cerebral, reduzindo os danos que comprometem a memória e as funções cognitivas. “Não é apenas a quantidade, mas a qualidade do sono que importa. Cuidar das noites de descanso não é luxo, é estratégia de proteção para o cérebro a longo prazo”, conclui.
Informação à imprensa: Helena Maeda | Por: NR-7 Comunicação / Seven PR
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