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Dia de campo de ILPF mostra experiências de produtores rurais e pesquisas mais recentes

sistemas em 10 milhões de hectares até 2030. (Divulgação)

A meta, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), é ampliar a adoção desses sistemas em 10 milhões de hectares até 2030

A cada ano aumenta o interesse pelos sistemas integrados, sobretudo aqueles que integram lavoura, pecuária e floresta. No último dia 26, mais de 300 pessoas estiveram presentes no Dia de Campo ILPF, durante a AgroBrasília 2023, para conhecer os mais recentes resultados de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e instituições parceiras e o que alguns produtores rurais já estão aplicando em suas propriedades.

Hoje há no Brasil 17 milhões de hectares dentro das variações de integração, sendo a maior parte com lavoura pecuária. No entanto, a integração com o componente florestal vem crescendo no Brasil, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador técnico do evento, Kleberson de Souza. A meta, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), é ampliar a adoção desses sistemas em 10 milhões de hectares até 2030. “Acreditamos que esse é um caminho sem volta. Todos os produtores de grãos vão se transformar em pecuaristas e os pecuaristas vão se transformar também em produtores de grãos. O sistema integrado veio para atender uma demanda da sociedade, de ter produtos produzidos no campo com mais sustentabilidade”, afirma o pesquisador.

Produtores rurais, técnicos da extensão rural, estudantes e pesquisadores discutiram caminhos para o aumento da produtividade no campo de forma sustentável. Entre eles, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) se destaca, uma vez que permite melhor aproveitamento dos recursos naturais e dos materiais usados na produção agropecuária, além de reduzir o impacto ambiental e aumentar a produtividade das propriedades. Segundo o pesquisador Abílio Pacheco, da Embrapa Floresta, a Empresa tem investido muito nesse sistema de produção, gerando cada vez mais informações para um sistema considerado altamente sustentável.

Outros benefícios desses sistemas são a diversificação na propriedade, o balanço de carbono favorável e a eficiência de tudo o que é utilizado dentro da propriedade agrícola. “Hoje o produtor consegue economizar 1/3 do fertilizante aplicado nas lavouras. Além da questão econômica, há a sustentabilidade ligada à essa economia. Uma vez que usamos menos ureia, fósforo, potássio, emitimos menos gases de efeito estufa na fabricação e no transporte desses fertilizantes. É uma reação em cadeia com benefícios para o produtor e para a sociedade”, ressalta Souza.

Temas em discussão

Balanço de carbono e seus impactos no sistema produtivo, vantagens e desafios da integração lavoura-pecuária em sistemas intensivos de produção, benefícios da ILPF com o componente florestal e o plano ABC+, coordenado pelo Mapa, e as perspectivas de novos mercados com esse plano foram os temas das estações por onde os visitantes circularam.DIA DE CAMPO 02

O engenheiro agrônomo e também produtor rural Willian Matté, que mantém propriedades no PAD-DF, apresentou soluções que utiliza em suas propriedades no PAD-DF: ILP, agricultura regenerativa, produção de carne de qualidade, utilização de mix de cultivos, ciclagem de carbono, irrigação, mix de girassol com outras culturas.

Para Matté, o principal desafio da integração é o equilíbrio entre questões técnicas e financeiras/comerciais: “Nós somos um negócio, temos que nos manter lucrativos”. No entanto, ele ressalta que os benefícios da tecnologia são inúmeros: “Aumento de produtividade, ciclagem de carbono, aumento de matéria orgânica e de vida no solo, bem-estar dos animais, qualidade da carne, aumento de absorção e armazenamento de água são alguns resultados que estamos alcançando em nossas propriedades”, elenca.

O engenheiro agrônomo resume seu negócio em visão a longo prazo e diversificação das atividades e afirma que essa é um ponto muito importante para as propriedades, pois garante maior biodiversidade para o sistema produtivo, além de ter impacto mercadológico: “Assim podemos participar de mercados diferentes e isso traz uma estabilidade para o negócio”.DIA DE CAMPO 3

O pesquisador Abílio Pacheco enfatiza a importância do componente florestal nos sistemas. Ele destaca sobretudo a valorização do produto e a vantagem de o produtor rural ter uma renda extra: “Há dois anos, nós vendíamos a madeira por R$ 32. Hoje estamos vendendo a R$ 155. A floresta em pé representa uma renda livre para o produtor, um dinheiro extra, uma poupança que ele pode ter”, destaca.

O pesquisador e também produtor rural compara o sistema integrado a um edifício de dois andares: “Embaixo temos os bois na pastagem e no andar de cima, temos as árvores, gerando renda sem que precisemos cuidar delas todos os dias”.

Secom – MAPA

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