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Guanambi 1919-2018: O trabalho lhe fez líder

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De Ponto de Pouso de Tropeiros a cidade polo regional de comércio e serviço em 99 anos

Por: João Martins

Acabava de consolidar o fim da Primeira Grande Guerra Mundial – 1914-1918 – (Tratado de Versalhes 28 de junho de 1919), quando a República Federativa do Brasil era presidida pelo paraibano Epitácio Pessoa (1919-1922), e a Bahia governada por André Sodré Aragão (1916-1920), o então povoado de Bela-Flor ganha sua independência politicoadministrativa em 14 de agosto de 1919, pela Lei Estadual Nº 1.364, desligando-se do município de Monto Alto, e passa a se chamar Guanambi.

EM 1919 – O país vivia a mais absoluta inquietude política e social, acrescida pelas manifestações insistentes dos “anarquistas” e da insatisfação da classe operária, que lutava para implantar o sindicalismo no setor industrial.

Por todo o Brasil seguia o programa governamental, iniciado em 1913, das divisões territoriais. E nessa leva, Guanambi se torna autônomo para seus 22.811 habitantes (IBGE Sinopse de 1/09/1945). O novo e pobre município carecia de tudo, já que não possuía qualquer estrutura patrimonial à administração pública. Nem mesmo dados estatísticos existiam na época, o que veio a ocorrer somente em 1940, com a primeira apuração pelo IBGE. Sua gente urbana vivia do que comercializavam na Feira Livre da cidade, às segundas-feiras, às margens da Lagoa do Belém.

Para melhor dimensionar a estrutura de Guanambi (dados de 1940), o município contava apenas com uma Agência postal de Telégrafo, 37 logradouros públicos (ruas, becos e praças), mas sem energia elétrica nas ruas ou nas residências, sem água encanada, sem rede de esgoto, sem hospital ou qualquer unidade de Saúde, sem delegacia de polícia e apenas um agente de segurança. Outro dado instigante é que o município contava com SEIS unidades escolares para o Ensino Fundamental Comum, onde existiam 358 alunos matriculados. Destes, apenas 286 frequentavam as aulas, 85 foram aprovados e apenas CINCO concluíram o curso (IBGE 1945). Para cuidar da Educação existiam 10 docentes no município.

PRIMEIRO CENSO – pelo primeiro Censo do IBGE (1940), o município de Guanambi administrava recurso da ordem de CR$ 75.000,00 (Cruzeiros) repassados pelo Estado. E sua fonte tributária vinha basicamente das produções de rebanhos de ovinos (348.144 cabeças) – 15,28% da produção do Estado, e caprinos (289.280 cabeças) – 11,38% da produção da Bahia.

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Mário Teixeira construiu a primeira prefeitura em 1925, e Nilo Coelho construiu o Centro Administrativo atual

99 ANOS DEPOIS – hoje, aos 99 anos de emancipado, Guanambi conta outra realidade socioeconômica, com uma estrutura arquitetônica e administrativa nivelada às grandes cidades brasileiras. Com 86.000 habitantes domiciliados (60.408 eleitores) e mais outro tanto desses de visitantes vindos de toda a região, que pode somar mais de 150.000 pessoas, o município é líder regional na oferta de comércio e serviço. Dentre os 417 municípios do Estado, ocupa a 30ª colocação no ranking dos que mais produzem, alcançando um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 1,146 bilhão (IBGE 2015).

guanambi 99 anos 3Bem diferente de 1945, o município trabalha com uma meta orçamentária para 2018 da ordem de R$ 204,346 milhões. As fontes econômicas principais vêm da indústria de transformação (15%) {2.537 empresas}, do comércio varejista (mais de 7.200 estabelecimentos) e de prestadores de serviços, principalmente das áreas da Saúde e Educação (83%) e ainda da agricultura (3%).

O município deslanchou mais aceleradamente a partir dos anos de 1.970, quando a cotonicultura passou a tomar os campos do Vale do Iuiú, de onde se extraiu 204.000 toneladas de algodão (em capulho) no ano de 1988. Naquela década de 70 e na seguinte Guanambi se consolidou como a “Capital do Algodão”, não propriamente como produtor, mas principalmente por sediar um Parque Industrial de beneficiamento de Algodão dos mais representativos e modernos de todo o país (42 usinas). Vários empreendedores, destemidos agricultores, como Durval de Souza Lima, Propércio José de Barros, Joaquim Marques, Antônio Marques, José Neves Teixeira, Josino Teixeira, Luiz Carlos Fernandes. Nilo Coelho, Persival Barros, Gilberto Fagundes, Carlos Bonfim, Ismael Bezerra de Lima, Aleci Prado, José Assunção, dentre muitos outros, elevaram Guanambi ao pódio nacional dos grandes produtores.

Na medida em que ascendia as riquezas agrícolas, cresciam igualmente o setor industrial, os comércios varejista e atacadista e os escritórios de serviços, atraindo investidores de outros estados. Em pouco tempo a cidade ganha o título de “Polo Regional de Comércio”.

Final da década de 1990, a cotonicultura chega ao fim, e as grandes empresas do ramo se desfazem de seus parques industriais; os campos agrícolas tomam outro fim: boa parte vira pastagens e estimula a criação de bois de engorda.

Quando perecia ser a decadência total desde sertão da Serra Geral da Bahia, eis que os ventos “de Deus” sopram esperanças de novos tempos: nas serras que cercam Guanambi, Caetité, Candiba, Pindaí e Igaporã monta-se um dos maiores parques eólicos da América Latina, previsto para abrigar cerca de 2.500 torres aerogeradoras. É imensurável, de momento, calcular os benefícios econômicos e sociais que esses investimentos trazem à região, ao Estado e ao país.

EDUCAÇÃO É BASE DO DESENVOLVIMENTO – Assim como aconteceu na cidade mineira de Montes Claros, que desenvolveu pela Educação, depois da criação da Faculdade de Medicina de Montes Claros (Unimontes) e de outras duas de mesmo propósito, Guanambi caminha a passos largos e já conta com 18 instituições de ensino universitário, presencial e EAD, oferecendo cerca de 30 cursos de graduação e pós-graduação, especial destaque à UNIFG, UNEB e IFBAIANO.

Nas Redes Municipal, Estadual do ensino básico e nível técnico a cidade conta com 10 Instituições públicas e outras 10 privadas, sem contar a Rede Municipal do Ensino Fundamental que tem 41 unidades e 11.817 alunos matriculados e emprega 575 professores.

Nota-se, portanto, uma situação bem adversa da realidade de 1928, quando o município ganhou a sua primeira escola primária. O primeiro colégio mantido pelo Estado foi o Getúlio Vargas, inaugurado em 1938.

INTENDENTES E PREFEITOS

Cel. Balbino Gabriel de A. Cajaíba – 1920 —1921

João Exauto de Araújo – 1922 — 1924

Mário Spínola Teixeira – 1924 — 1928

Dr. José de Castro Bastos  – 1928 — 1929

Helvécio Rufino de Oliveira Martins – 1933 — 1936

José Ferreira Costa – 1924 — 1928, 1937 — 1943

Dr. Benjamim Vieira Costa – 1944 — 1945

Domingos Antônio Teixeira – 1943 — 1944, 1945 — 1946, 1947 — 1948

Nelson Bastos De Castro – 1945 — 1945, 1946 — 1947, 1948 — 1951

Joaquim Fernandes – 1951 — 1955, 1959 — 1963

Dr. José Humberto Nunes – 1955 — 1959, 1963 — 1967,  1971 — 1973

Jonas Rodrigues – 1967 — 1971, 1973 — 1977

José Neves Teixeira – 1977 — 1983, 1989 — 1992

Gileno Pereira Donato – 1987 — 1988

Dr. Hildevaldo Alves Boa Sorte – 1993 — 1996

Sizaltina Rodrigues Donato – 1997 — 2000

Dr. Ariovaldo Vieira Boa Sorte – 2001 — 2004

Nilo Augusto Moraes Coelho – 1984 — 1986, 2005 — 2008, 2009 — 2010

Charles Fernandes Silveira Santana – 2011 — 2012, 2013 — 2016

Jairo Silveira Magalhães – 2017 — 2020

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