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Desilusão com o momento do Brasil não é nuvem passageira

joao martins editorPor João Martins

Até outubro do ano passado, ou melhor, até antes da eleição presidencial acontecia aos quatro cantos do meu país uma euforia de brasilidade como já nunca vi nessas muitas décadas da minha vivência. Uns, pelo desejo da continuidade da cúpula mandatária do Planalto; outros, torcendo pela virada de cartas nos “Três Poderes”. A imprensa, na quarta zaga, imprimia as diferentes opiniões, na certeza de estar dando o seu melhor para a consolidação da democracia.

Em 26 de outubro, dia de votação do segundo turno para presidente da República, os brasileiros empinavam suas bandeiras partidárias em cada esquina, nas grandes praças e nos becos das favelas, vibrando por um resultado positivo dos seus apelos. Torcedores pela continuidade ou pela mudança, o bonito naquele momento era que se via um Brasil vibrar, febril de desejos, como nos dias das “Diretas Já”, do “Impeachment de Collor de Mello” e de tantos outros que nossa história sabe contar.

Mas hoje, decorridos pouco mais de cinco meses daquele momento histórico, falando abertamente e sem o receio de estar exagerando, nota-se um Brasil entristecido, arrependido sabe-se lá do quê. Hoje, em cada esquina, em cada aconchego de pessoas amigas, o papo que rola é o da “desilusão” com os rumos que o país está seguindo, ou melhor, sendo empurrado. Até mesmo dentre os “situacionistas” a palavra mais comum é “eu fui enganado”. O culpado dessa desilusão generalizada tem sido a inconstância dos propósitos discursados pelo alto comando governamental. Reconhecer tais “crimes” contra o sistema democrático é líquido amargo de beber, osso duro de roer, principalmente pelos partidaristas de bandeiras mais avermelhadas, que um dia sonharam ter um país diferente e que lutaram para essa mudança. Encolher-se ao labirinto das lamúrias e da penitência, certamente não faz parte da “cartilha do futuro” desses egressos militantes, mas será preciso repensar.

As nuvens que hoje caminham sob o céu brasileiro, que se espera carregadas de energia da prosperidade, estão dispersas e transparecem mais plumas de algodão sem doce que de chuvas para germinar sementes.

Nas ruas e nos quintais, um quê de desolação avança como um Tsunami, sem direção. É preciso, nesse momento histórico, que os governantes afinem seus discursos, sem se esquecer do dever de cumpricidade, para não machucarem ainda mais a fé e a esperança do povo

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