Por João Martins
Milhões de católicos – homens, mulheres e crianças, ricos e pobres, negros, loiros e pardos, vindos de todos os recantos – se voltam ao Bom Jesus da Lapa neste período que se estende de 6 de agosto (dia do Bom Jesus) a 15 de setembro (dia de Nossa Senhora da Soledade), o chamado período das grades romarias.
A sertaneja Bom Jesus da Lapa, cidade edificada no banhar do rio São Francisco, se unifica numa só corrente de orações e de pensamentos desejosos do bem, da solidariedade, da paz, do amor platônico que lhe invade ao se deparar com a beleza do lugar.
Ali, esplendorosamente a natureza edificou um Morro e o encheu de cavernas para acolher homens e bichos no calor inclemente da caatiga. Foi ali que um pecador, um monge de Deus, encrustou a sua santa imagem de Jesus Cristo e se acolheu para o resto dos seus dias.
A energia que irradia naquele lugar nesses dias de comunhão, indubitavelmente promove curas aparentemente incuráveis, mas que aos olhares em Cristo tudo se consolida pela fé. Nestes tempos de aflição e incertezas que o mundo vive, esses brasileiros, Cristãos por tradição e necessidade, vivem momentos de calmaria e enxergam uma luz no fim do túnel que lhes direciona a dias de paz e bem-aventurança .
Se se ater, por um instante, a essa gente peregrina, a maioria de humildes, verá que na sua santa simplicidade há um tsunami de vontade e fé que lhe alimenta o corpo e a alma e lhe faz suportar o peso da cruz que o dia a dia lhe impõe.
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