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Azul e Governo prometem operar voos para Guanambi no segundo semestre

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Para visitas oficiais o aeroporto de Guanambi opera sem restrições

Após reunião com o presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, em Salvador, dia 6 de abril, o governador Rui Costa e voltou a anunciar a criação de rotas aéreas para as cidades de Vitória da Conquista e Guanambi, que, segundo o governador, deverão ser inauguradas ainda no segundo semestre deste ano.

O secretário estadual do Turismo, José Alves, também presente, disse está atento aos operadores dos aeroportos do interior, e que planeja fazer a interiorização – já que quem mais visita a Bahia são os próprios baianos”.

O prefeito de Guanambi, Jairo Magalhães, comemorou a decisão e afirmou que continuará se esforçando para que “todas as questões de ordem burocrática sejam vencidas e que possa alavancar o crescimento de toda essa região”. Segundo ele, o governador já garantiu orçamento para a recuperação da pista com um novo PCI (Pavement Condition Index), e que outros entraves já foram superados, como a construção do novo saguão, construção da SCI (Seção Contra Incêndio), e demais melhorias de infraestrutura do aeroporto municipal Isaac Moura Rocha.

O presidente da companhia Azul, John Rodgerson, confirmou a disposição da empresa à parceria, lembrando que o primeiro voo da Azul no Brasil foi para Salvador. “Estamos voando para dez cidades regionais, e viemos conversar porque queremos atender ainda mais cidades na Bahia”, completou.

PROMESSA É DE DEZEMBRO 2015

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Reformas e ampliações estruturais foram concluídas em 2015, mas continuam inativas

Durante o lançamento do Plano Aeroviário da Bahia, 28/07/2015, pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), o então secretário Marcos Cavalcante anunciou que o aeroporto de Guanambi seria um dos próximos a funcionar. A empresa Azul Linhas Aéreas S/A, uma das interessadas na rota, também chegou a anunciar que o voo inaugural, linha Salvador/Belo Horizonte com escala em Guanambi, seria iniciada em dezembro (2015). Desde janeiro daquele ano o aeroporto de Guanambi é administrado pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia, que havia concessão do terminal por 35 anos.

O então prefeito de Guanambi Charles Fernandes, em entrevista a esta revista, em dezembro de 2015, anunciara que a parte física e estrutural do aeroporto – o saguão de embarque e desembarque, a SCI  – Sessão Contra Incêndio (outra exigência da ANAC), o caminhão do Corpo de Bombeiros, pessoal da brigada treinado – tudo estava totalmente pronto, inclusive a cerca patrimonial do entorno do aeroporto. “Tudo que era para ser feito, foi feito. Agora está nas mãos do governador Ruy Corta; ele é quem tem a força de trazer essa tão esperada linha aérea para Guanambi”, disse. “Minha expectativa – completou Charles – é de que ainda no primeiro semestre de 2016 teremos linha servindo nossa cidade”.

Naquela oportunidade, Jairo Magalhães Silveira, então secretário municipal de Planejamento, afirmara que um técnico em segurança da Azul viria a Guanambi naquele mês (dezembro 2015) para avaliação e emissão do parecer, já que o último laudo técnico sobre a pista para saber qual o PCN (número que indica a resistência de um pavimento), também estava pronto e já havia sido encaminhado à Secretaria de Infraestrutura do Estado. Ele previa uma possibilidade real de 95% de que o voo inaugural da Azul em Guanambi aconteceria já no mês de janeiro de 2016

No caminho morros e árvores

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Depois de mais de 30 anos operando sem incidentes, a ANAC impõe restrições

Quando tudo parecia aprovado para entrar em operação, a ANAC – no boletim NOTAN do Sistema de Informações Aeronáuticas da Força Aérea Brasileira – apontava a existência de cinco morros e uma árvore, georreferenciados na área, o que impedem o licenciamento para aeronaves maiores.

No dia 13 de Julho/2016 o sistema passou a informar as coordenadas dos obstáculos do aeroporto – AIS, e uma notificação da empresa determinava o fechamento do aeroporto por 15 dias (de 5 a 20 de outubro) para realização de nova inspeção. Após a inspeção, a ANAC limitou a sua capacidade de pousos e decolagens a pequenas aeronaves.

A restrição da ANAC chegava depois de mais de 30 anos de funcionamento do Aeroporto. Durante todos esses anos, e até recentemente, muitas aeronaves, até modelos de grande capacidade têm pousado e decolado com regular freqüência em Guanambi, inclusive um modelo Hércules da FAB – Força Aérea Brasileira. Outro fator desconsiderado da ANAC foi que há vários anos o aeroporto de Guanambi tem sido BASE DE BALIZAMENTO AÉREO para voos de todas as categorias e destinos que cruzam os céus desta região, bem como era base de reabastecimento.

Em 19/09/2010, um Avião da FAB, modelo ATR-72, fez um pouso de emergência em Guanambi. Em outras oportunidades a pista recebeu grandes veículos, inclusive o aparato de exibição da Esquadria da Fumaça, da FAB, com cargueiro e aeronaves de exibição e suporte técnico. A empresa Nordeste Linhas Aéreas manteve, durante mais de uma década, voos regulares com suas aeronaves do tipo EMB Bandeirante e até o Brasília, duas vezes por dia, interligando Guanambi/Salvador / Montes Claros / Belo Horizonte e São Paulo, sem nunca ter ocorrido qualquer desacerto nos pontos hoje condenados pela ANAC.

Justificativa controversa

No dia 7 de abril de 2014, quando se iniciavam as obras de ampliação e reforma do aeroporto de Guanambi, o governo do Estado assinou um decreto desapropriando uma área de mais de 1,250 milhão de metros quadrados (125 hectares) do entorno do atual aeroporto de Guanambi para uma futura ampliação da dita pista aeroviária. O decreto foi assinado pelo então presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Desembargador Eserval Rocha, que estava no Exercício do Cargo de Governador do Estado da Bahia, por ausência do titular, Jaques Vagner.

É difícil de entender porque o Estado, depois de realizar amplo estudo aerofotogramétrico e de georeferenciamento de uma área tão nobre e tão valorizada do centro urbano de Guanambi (fora a já existente do atual aeroporto) decide desapropriar, por decreto, uma área tão grande, sem sequer solicitar uma avaliação à ANAC ou qualquer outra consulta junto à comunidade local e regional.

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