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Brasileiros desconhecem utilizar seu próprio sangue caso precisem realizar uma transfusão

Máquina XTRA, da LivaNova, um moderno dispositivo de autotransfusão. Foto: Concessão/ LivaNova PLC

Máquina XTRA, da LivaNova, um moderno dispositivo de autotransfusão. Foto: Concessão/ LivaNova PLC.

A utilização de bancos de sangue em cirurgias é amplamente praticada em todo o mundo. Embora a solução seja eficaz e ajude a salvar muitas vidas, existe uma alternativa que se apresenta com resultados ainda mais seguros e com bom custo benefício: a autotransfusão sanguínea. Uma pesquisa, realizada no final de 2020 com centenas de cidadãos de todo país, revela que 82% dos brasileiros desconhecem a possibilidade de utilizar seu próprio sangue caso precisem realizar uma transfusão. A grande maioria, 90% dos entrevistados, acredita que o sangue doado é seguro.

A pesquisa, realizada pela LivaNova, constatou ainda que mais de 60% dos entrevistados desconhecem a janela imunológica, período em que o teste feito nos hemocentros não consegue identificar algumas doenças, existindo assim a possibilidade de infecção do receptor. Outra pesquisa também feita pela LivaNova, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), aponta que maioria dos médicos optaria pela autotransfusão quando existe opção de escolha

Paralelamente, uma outra pesquisa, feita pela empresa em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), com cirurgiões cardiovasculares de todo o Brasil,  evidencia o crescente interesse da parcela médica pela utilização da técnica, com mais de 95% dos médicos entrevistados demonstrando preferência pela autotransfusão em detrimento da utilização de sangue doado, quando existe opção de escolha.

Embora a técnica de autotransfusão não seja nova e apresente um alto nível de preferência entre os médicos, a maioria da população desconhece seus benefícios para a saúde e não tem ideia de seu custo— quase metade dos cirurgiões entrevistados considera a autotransfusão mais barata que a utilização de bancos de sangue.

Solange Pais Messias foi submetida a uma cirurgia cardíaca com o uso de autotransfusão. A paciente relata que a experiência foi muito positiva, e que a utilização da tecnologia foi vital para sua rápida recuperação. “Se eu precisasse operar novamente, com certeza optaria por utilizar mais uma vez a autotransfusão”, ela diz.

Transfusões recebidas de doadores podem causar efeitos colaterais

A pesquisa feita com os cirurgiões cardíacos aponta ainda que mais de 85% destes já utilizou a técnica em operações, e mais de 90% consideraria usar a autotransfusão em cirurgias.

Com a falta de sangue nos bancos, que se acentuou durante a pandemia e as festas de finais de ano, a autotransfusão traz muitos benefícios, como diminuir o tempo de internação e diminuir o risco de contaminação, já que, no processo, o paciente recebe seu próprio sangue, limpo e filtrado, que seria perdido durante a cirurgia. “A autotransfusão não é recomendada apenas como alternativa à falta de sangue nos hemocentros: na verdade, pode ser utilizada com segurança em diversos tipos de cirurgias, diminuindo os riscos relativos ao sangue e minimizando as despesas médicas”, afirma o Dr. Eduardo Rocha, cirurgião cardíaco e presidente da SBCCV.

A pesquisa mostra que quase 70% dos médicos considera a recuperação do paciente mais rápida com a utilização da autotransfusão.  além de apresentarem resultados melhores nos exames pós-operatórios. Segundo o Dr. Celso de Freitas, diretor médico da LivaNova, eventualmente as transfusões recebidas de doadores podem causar efeitos colaterais e retardar a recuperação do paciente, com prolongamento de internação. Mais de 80% dos cirurgiões concordam com a colocação do Dr. Freitas, segundo a análise da pesquisa.

A autotransfusão: o que é e como funciona

A autotransfusão é uma técnica em que o sangue do paciente, que seria perdido durante a cirurgia, é recuperado, passando por uma filtragem e retirado quaisquer impurezas, e então transfundido no paciente. Assim, problemas decorrentes de transfusão de sangue, como contaminação e/ou rejeição, são praticamente eliminados, já que o paciente está recebendo seu próprio sangue.

O processo é realizado por equipamentos automatizados, como XTRA da LivaNova, que aspiram o sangue do campo cirúrgico, recuperam e concentram as hemácias, componente mais importante do sangue. Depois disso, o material é “lavado” para eliminar todas as impurezas e então, limpo e completamente seguro, reinfundido no paciente.

Dr. Celso de Freitas aponta três das principais vantagens da autotransfusão, reforçadas com os resultados da pesquisa: a segurança, a disponibilidade e o custo-benefício. O processo reduz o risco de infecções, de problemas imunológicos e evita problemas de compatibilidade sanguínea; disponibiliza o sangue em pouco tempo mesmo para pacientes com tipos raros de sangue ou com anticorpos específicos; e pode apresentar custo mais baixo que a transfusão, já que reduz o uso de sorologias de alto custo para identificar possíveis doenças transmissíveis e pode reduzir o tempo de internação hospitalar.

Por: Laura Alegre / ArtPresse

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