Plano Nacional de Fertilizantes tem data marcada para o lançamento: 29 de março

Uma nova realidade para um dos principais insumos do agronegócio brasileiro já tem data marcada para começar a acontecer. Trata-se do Plano Nacional de Fertilizantes, que tem como objetivo ampliar a produção doméstica para reduzir a forte dependência pelo produto importado. A informação inédita foi dada pelo secretário de assuntos estratégicos da Presidência da República, Almirante Flávio Augusto Viana Rocha, durante reunião do COSAG – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, presidido por Jacyr Costa Filho, na tarde de segunda-feira (21/02).

“O Plano Nacional de Fertilizantes se encontra em tramitação para a assinatura do decreto pelo presidente da República e já antecipo o convite: o lançamento será em 29 de março”, informou Rocha no encontro com empresários e lideranças do agronegócio nacional e da Embrapa. O secretário também detalhou os objetivos e desafios relacionados ao Plano, cuja meta central é reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados de 85% para 60% até 2030.

“Fizemos um plano exequível, com metas e prazos, o que ajudará a superar os problemas que estamos enfrentando. Não custa enfatizar a nossa dependência externa dos três principais itens que compõem o universo dos fertilizantes: nitrogenados, 80%; fosfatados, 55%; e um recorde negativo no potássio, de 95%.”, ressaltou Flávio Rocha.

O secretário especial da Presidência acrescentou que, nos últimos dez anos, mesmo não apresentando avanço expressivo em área plantada, o aumento da produtividade no agro brasileiro esteve intimamente atrelado ao consumo de fertilizantes. “De 2010 para cá, a nossa demanda por fertilizantes cresceu 66% e a produção brasileira diminuiu 30%”, enfatizou.

Para o presidente do COSAG, eventos globais, como o atual embargo à Bielorrússia, passaram a exigir uma nova política de fertilizantes para o Brasil. “No primeiro semestre de 2021, a crise de abastecimento dos fertilizantes no mundo registrou aumentos de preços da ordem de 71% para a Ureia, 124% para o Sulfato de Amônia e 174% no caso do Cloreto de Potássio. Este último é muito utilizado em nossa agricultura”, ressaltou.

José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa Solos e membro do Grupo de Trabalho Interministerial responsável pela elaboração do Plano, definiu a palavra “efetividade” para traduzir a importância da iniciativa, sublinhando que ela não representa “uma declaração de princípios meramente ilustrativa, mas algo concreto”. Destacou também que o Plano incentivará a produção doméstica destes produtos. Bruno Caligaris, diretor de Projetos Estratégicos na Secretaria da República, estima que a modernização das fábricas nacionais elevará a oferta interna de fertilizantes em pelo menos 25% até 2050.

Pedro Valente, vice-presidente da Amaggi, líder na produção mundial de soja, milho e algodão reforçou a relevância do desenvolvimento da indústria brasileira de insumos agrícolas. “Nós não importamos apenas fertilizantes, importamos também mais de 90% da tecnologia para produzir este e outros insumos”, esclareceu o executivo.

Arthur Dominique Liacre, presidente do SIMPRIFERT – Sindicato da Indústria de Matérias Primas para Fertilizantes expôs números que traduzem a falta de capacidade instalada para fabricação de fertilizantes no País. “Há 30 anos, a produção nacional conseguia atender mais de 60% das necessidades do produto. Hoje, estamos abaixo de 12%”, argumentou Liacre, que é também vice-presidente de Relações Públicas, Sustentabilidade, Estratégia e Desenvolvimento de Negócios Brasil da Mosaic Company.

Com informações da: MediaLink Comunicação Corporativa