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O que é a doença da “vaca louca”? Caso suspeito no Brasil está sob investigação

A Doença pode comprometer a capacidade cerebral e causar estado vegetativo em seres humanos. Foto: Divulgação /MF Press Global.

A Doença pode comprometer a capacidade cerebral e causar estado vegetativo em seres humanos. Foto: Divulgação /MF Press Global.

O risco da doença “vaca louca” voltar a terras brasileiras tem assustado muitos, devido aos seus graves efeitos em humanos, que ocorrem após a transmissão por meio da ingestão de carne de animais infectados, causando uma encefalopatia espongiforme, conhecida como doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma variante da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB).

De acordo com o Pós PhD em neurociências e Biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a doença é fatal em seres humanos, e esclarece:

“Em humanos, a DCJ causa uma série de problemas, como alterações de personalidade, cegueira, perda de memória, equilíbrio e coordenação, movimentos anormais e perda progressiva da mobilidade e função cerebral”. “Isso ocorre devido ao desenvolvimento anormal de príons no cérebro, o que gera pontos de acúmulo e produz pequenas bolhas nas células cerebrais, deixando o órgão com um aspecto poroso semelhante a uma esponja, o que vai afetando gradualmente uma série de funções importantes, seguido pela morte do indivíduo”.

Encefalopatia Espongiforme Bovina

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB) atinge o gado através de um agente conhecido como príon, uma célula modificada de proteína que infecta os bovinos causando alterações de comportamento e falta de coordenação motora.

“O período de incubação é bastante longo, cerca de 5 anos até o aparecimento dos sintomas, o que leva o animal rapidamente à morte, mas essa grande janela abre a possibilidade de disseminação, em especial por não haver atualmente qualquer tipo de tratamento” Explica Dr. Fabiano de Abreu.

Variante pode ser ainda mais perigosa

Existem variantes da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) que alteram seu funcionamento no corpo humano, a chamada DCJv pode ser mais perigosa por não apresentar sintomas, ter manifestação precoce e ter maior possibilidade de transmissão.

“A DCJv também é adquirida através da ingestão de carne bovina ou derivados do gado contaminado com a EBB, mas começa muito mais cedo nos humanos, em cerca de 30 anos ou menos, existem pessoas infectadas com a DCJv que se mantém assintomáticas, o que facilita a sua transmissão por meio de transfusão de sangue ou procedimentos cirúrgicos”. Alerta Dr. Fabiano de Abreu.

Como se prevenir da doença?

Atualmente, não existe tratamento eficaz para a doença, por isso, a prevenção é a melhor forma de evitar a doença de Creutzfeldt-Jakob.

“Prevenir a disseminação da doença é fundamental para inibi-la, além dos cuidados técnicos de produtores e do governo, como não usar proteínas de origem animal na alimentação do gado, para os consumidores é essencial evitar ingerir carne e derivados de bovinos sem procedência e, conforme a gravidade da disseminação, evitá-los”. Explica neurocientista..

Existem riscos para o Brasil?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde Aniimal (OIE), o Brasil é considerado um território de risco insignificante para a ocorrência da EEB, tendo seus últimos casos registrados em 2021, o que causou a interrupção da compra de carne bovina brasileira pela China por três meses.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, todas as medidas cabíveis de prevenção foram tomadas e que os procedimentos foram rigorosamente cumpridos. Mas Dr. Fabiano de Abreu afirma que até que a suspeita seja afastada é fundamental ter cuidados preventivos.

Exemplo testemunhado

“Minha tia/madrinha, Maria, portuguesa, viveu no Brasil a maior parte de sua vida e morava em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, quando veio a falecer de Creutzfeldt-Jakob no dia 11/10/2014, ela era mais um caso não divulgado e abafado, na época. Ela realizou um exame que demorou cerca de um mês para ter o resultado, que só chegou após o seu falecimento. Eu ainda não tinha formação em neurociências. Hoje em dia, ainda tento entender mais a fundo a doença, e a ciência ainda tem muito o que descobrir, mas até lá é importante nos protegermos como for possível”. Conta Dr. Fabiano de Abreu.

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Sobre o Dr. Fabiano de Abreu

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigue é um Pós-doutor e PhD em neurociências, eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; é também Tecnólogo em Antropologia, com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro da Mensa, Intertel e TNS.

Crédito: MF Press Global.

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