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“Prêmio negativo” desperta interesse no Brasil por projetos para armazenagem de grãos

Déficit de armazenagem pressiona logística e gera prêmio negativo sobre soja e milho, causando prejuízo de R$ 30,5 bi ao Brasil neste ano. Foto: Kepler Weber / Divulgação

Déficit de armazenagem pressiona logística e gera prêmio negativo sobre soja e milho, causando prejuízo de R$ 30,5 bi ao Brasil neste ano. Foto: Kepler Weber / Divulgação

Um levantamento feito pela Cogo Inteligência em Agronegócio, para a Kepler Weber, mostrou que o Brasil deve perder R$ 30,5 bilhões neste ano, em função de prêmios negativos sobre soja e milho. Os prêmios são definidos por força de oferta e demanda, podendo ser um ágio (positivo) ou deságio (negativo), maior ou menor que a cotação de Chicago (EUA).

“O histórico no Brasil é de prêmios positivos, em todos os meses do ano, apesar de ser sazonal, ficando menor durante a colheita e maior durante a entressafra. Em abril, o Brasil registrou o pior prêmio negativo desde 2004, e esse deságio deve se manter pelo menos até agosto”, explica Carlos Cogo, da consultoria responsável pelo levantamento. Fatores logísticos, segundo ele, estão na base do cálculo dessas perdas bilionárias para o país.

Dentre os muitos entraves, Cogo aponta: Porto com problema de carga, pagando multa de embarque; tempo de carga excessivo; custo de frete elevado para o porto e demora para entrega, que compõem esse prêmio negativo.

Considerando a estimativa de safra, de 313 milhões de toneladas, o Brasil acumula um déficit de 124 milhões de toneladas de grãos. Todo este excesso, segundo analistas, Nogueira, precisa ser retirado da fazenda logo após a colheita, pressionando para baixo os valores pagos ao produtor e gerando perdas ao país.

Pelos números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil tem apenas 15% da capacidade estática nas fazendas, enquanto os Estados Unidos contam com 65% on farm. Nos últimos dez anos, a armazenagem cresceu, em média, 2,8% ao ano, enquanto as safras avançaram 5,5% ao ano.

“A armazenagem está na gênese desse prêmio negativo. Neste momento estamos em uma entressafra global de milho, Ucrânia exportando muito pouco, Estados Unidos fora do mercado, Argentina com quebra de safra, então essa perda é decorrente de um problema brasileiro”, argumenta Cogo.

Pelas contas do consultor, as perdas estimadas por falta de armazenagem no Brasil equivalem a seis anos de Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), do Plano Safra, e seriam suficientes para pagar dois meses de Bolsa Família.

Com informações de: Ascom – Kepler Weber

Por: Carlos Henrique Correia |AgênciaFR

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